A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) abriu neste domingo a segunda fase do Vestibular 2026, etapa decisiva para 13.045 concorrentes que disputam 2.530 vagas distribuídas em 69 cursos de graduação. As provas ocorrem em 24 cidades, incluindo 18 municípios paulistas e seis capitais de outras regiões do país.
Primeiro dia foca redação e linguagens
No primeiro dia, os candidatos enfrentaram três blocos: redação, língua portuguesa e literatura, além de questões interdisciplinares que combinaram língua inglesa e ciências da natureza. A prova de redação ofereceu dois temas de escolha obrigatória: o discurso de ódio voltado contra as mulheres e a relevância histórica da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Cada inscrito produziu um texto argumentativo de acordo com o tema eleito, avaliação que tem peso significativo na nota final.
As disciplinas de língua portuguesa e literatura testaram compreensão textual, gramática e análise de obras indicadas pela comissão organizadora. Já o bloco interdisciplinar integrou conhecimentos de biologia, física e química aplicados a contextos de linguagem estrangeira, estratégia que a universidade adota há anos para avaliar a capacidade de síntese e interpretação dos participantes.
Segundo dia reserva matemática e provas específicas
A aplicação continua nesta segunda-feira, 1º de dezembro. Todos os candidatos farão exame de matemática e um teste interdisciplinar de ciências humanas. Esse segundo bloco reúne questões de geografia, história, filosofia e sociologia, elaboradas para exigir relações entre fatos históricos, conceitos filosóficos e realidades sociais contemporâneas.
Além disso, haverá provas específicas, escolhidas conforme o curso pretendido. Candidatos da área de ciências biológicas e saúde responderão a questões de biologia e química; interessados em cursos de exatas e tecnológicas farão testes de física e química; e quem opta por carreiras de humanas e artes resolverá itens adicionais de geografia, história, filosofia e sociologia. O objetivo é aprofundar a avaliação em competências diretamente ligadas à formação futura dos estudantes.
Locais de aplicação abrangem quatro regiões
Para reduzir deslocamentos, a Unicamp manteve pontos de aplicação em Bauru, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi Guaçu, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. Fora do estado, as provas ocorrem em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Salvador. Todos os locais seguem protocolos de segurança e fiscalização padrão da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest).
Concorrência e distribuição de vagas
Do total de 2.530 lugares oferecidos, parte é reservada a políticas de inclusão, como o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS) e o sistema de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas. A engenharia de computação, a medicina e a ciência da computação permanecem entre as carreiras mais procuradas, concentrando as maiores relações candidato-vaga.
O número de inscritos, 13.045, representa o contingente que alcançou a pontuação mínima exigida na primeira fase, realizada em novembro. A taxa de abstenção naquele momento ficou abaixo de 10%, indicativo de interesse elevado e participação consistente.
Imagem: Educação
Próximos passos do processo seletivo
Concluída a segunda fase, a Comvest divulgará os gabaritos e iniciará a correção dos exames. A previsão é publicar a lista de aprovados em janeiro, em data já inserida no edital. Quem não constar na chamada inicial poderá permanecer no processo por meio de declarações de interesse nas vagas remanescentes, mecanismo que gera novas convocações ao longo do primeiro semestre.
Os candidatos aprovados deverão efetuar matrícula de forma remota, enviando documentação acadêmica e comprovação de dados socioeconômicos quando aplicável. A etapa presencial, limitada à confirmação de matrícula e entrega de originais, ocorre apenas no início das aulas.
Estratégia pedagógica e avaliação integrada
A Unicamp mantém a estrutura de provas interdisciplinares desde 2011, justificando que o modelo reflete melhor o ambiente de pesquisa e inovação da universidade. Ao exigir que os participantes relacionem conhecimentos de áreas distintas, a instituição afirma estimular o pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas complexos, competências essenciais nas graduações oferecidas.
Para a redação, a escolha de temas sociais e trabalhistas segue a tradição de discutir assuntos de relevância pública. A inclusão do discurso de ódio contra as mulheres atende a debates contemporâneos sobre direitos humanos, enquanto a CLT, criada em 1943, reforça a importância de marcos legais no desenvolvimento das relações de trabalho no país.
Cronograma mantém calendário acadêmico de 2026
Mesmo com a amplitude geográfica dos locais de prova, a Comvest confirma que o cronograma não sofrerá alterações. As aulas para os aprovados estão programadas para março de 2026, início oficial do ano letivo na Unicamp. A universidade também garante que os programas de recepção e orientação aos novos estudantes serão retomados em formato presencial, após edições híbridas realizadas nos últimos anos.
