O último mês de 2025 reserva três eventos astronómicos que podem ser acompanhados a olho nu em todo o Brasil. A Superlua de 4 de dezembro será seguida pelo pico da chuva de meteoros Geminídeos entre 13 e 14 do mesmo mês. Já a chuva Ursídeos atinge seu ponto máximo na noite de 21 para 22 de dezembro, completando a sequência de fenómenos visíveis sem auxílio de telescópios.
Superlua ilumina o céu no dia 4 de dezembro
A expressão “Superlua” define o alinhamento em que a Lua cheia coincide com o perigeu — ponto da órbita mais próximo da Terra. Nessa configuração, o disco lunar pode parecer até 14% maior e cerca de 30% mais brilhante do que numa Lua cheia comum. Em 2025 o fenómeno ocorre exatamente na madrugada de 4 de dezembro, marcando a última Superlua do ano.
Mesmo em áreas urbanas, a intensidade luminosa reforçada deve tornar o satélite facilmente identificável. Fotógrafos de paisagem têm no evento uma oportunidade para capturar horizontes iluminados, sobretudo nas horas imediatamente após o nascer e antes do pôr da Lua, quando o contraste com edificações, montanhas ou árvores valoriza a composição.
Geminídeos: a chuva mais intensa do ano
Entre 13 e 14 de dezembro, a chuva de meteoros Geminídeos atinge o ponto alto de atividade, com taxas que, em condições ideais, podem ultrapassar 100 meteoros por hora. A origem do fenómeno não está num cometa, mas no asteroide 3200 Phaethon. Quando o corpo celeste aproxima-se do Sol, partículas libertadas atravessam a atmosfera terrestre e produzem rastros brilhantes.
Em 2025, a Lua entra na fase minguante e estará apenas 30% iluminada durante o pico dos Geminídeos, reduzindo a interferência de luz natural. Para observação, recomenda-se procurar locais afastados da poluição luminosa, como parques, praias ou zonas rurais. Deitar-se confortavelmente, aguardar a adaptação dos olhos ao escuro e permanecer pelo menos uma hora ao ar livre aumentam as hipóteses de testemunhar várias “estrelas cadentes”.
Ursídeos completam o calendário astronómico do mês
Na transição de 21 para 22 de dezembro, os Ursídeos encerram a temporada ao produzir meteoros considerados mais lentos e fáceis de seguir visualmente. Embora a taxa média seja modesta — cerca de 10 a 20 meteoros por hora — a chuva pode surpreender em alguns anos com surtos de atividade repentina.
As condições de 2025 são favoráveis: a Lua terá apenas 3% de iluminação, praticamente eliminando o brilho que costuma ofuscar rastros menos intensos. Como nos Geminídeos, o melhor ponto de observação é um local escuro, de céu aberto e com horizonte amplo.
Dicas essenciais para observar os três fenómenos
• Escolha do local: quanto menor a poluição luminosa, maior a visibilidade. Áreas fora dos centros urbanos oferecem o céu mais escuro.
Imagem: NewsUp Brasil
• Condições meteorológicas: céu limpo é determinante. Verificar a previsão do tempo antes de sair evita deslocamentos inúteis.
• Equipamento mínimo: não é necessário telescópio. Um cobertor ou espreguiçadeira ajuda a manter o conforto durante longos períodos de observação. Para fotografias, tripé e exposição prolongada são recomendados.
• Paciência: meteoros costumam surgir em rajadas irregulares. Permanecer entre 30 minutos e uma hora aumenta as chances de registar vários rastros luminosos.
Por que dezembro concentra tantos eventos?
O calendário astronómico de dezembro reúne fenómenos ligados à posição relativa da Terra em sua órbita, bem como à interação com detritos deixados por corpos celestes. A passagem anual pela esteira de partículas do asteroide 3200 Phaethon gera os Geminídeos, enquanto fragmentos de um cometa ainda incerto originam os Ursídeos. Já a Superlua depende da coincidência entre Lua cheia e perigeu, condição que ocorre de três a quatro vezes por ano, mas nem sempre no mesmo mês.
A convergência desses eventos em dezembro torna o período especialmente atrativo para entusiastas da astronomia e para o público em geral, oferecendo oportunidades seguidas de observação do céu sem equipamentos especializados.





