OpenAI decreta “código vermelho” para reforçar ChatGPT frente ao Google

Sam Altman ordenou prioridade máxima para melhorar o ChatGPT, adiando projetos e concentrando recursos na disputa com o Google.

Alerta máximo dentro da OpenAI

A OpenAI entrou em “código vermelho” após o diretor-executivo Sam Altman enviar, na segunda-feira (1º), um memorando interno que classifica o momento como “crítico” para o futuro do ChatGPT. O documento, revelado por meios de comunicação norte-americanos, instrui as equipas a redirecionar esforços imediatos para enfrentar a concorrência de grandes empresas, com ênfase no Google.

Segundo o texto, a decisão implica suspender ou adiar iniciativas paralelas até que o chatbot recupere vantagem no mercado de inteligência artificial. Altman argumenta que a pressão competitiva aumentou depois de o Google apresentar, em novembro, uma nova versão do Gemini, ferramenta capaz de responder e gerar conteúdo em diferentes formatos. O executivo considera que a resposta da OpenAI precisa ser rápida para evitar perda de relevância junto a utilizadores e investidores.

Projetos suspensos e recursos realocados

O “código vermelho” afeta diretamente o calendário de lançamentos planejados pela companhia. Entre os adiamentos citados no memorando estão:

– Introdução de publicidade no ChatGPT, estratégia vista como possível fonte de receita;
– Desenvolvimento de agentes de IA voltados para automatizar tarefas de compras online e serviços de saúde.

Esses projetos ficam, por ora, em segundo plano. A prioridade passa a ser reforçar a infraestrutura do chatbot, acelerar atualizações de segurança e expandir capacidades de compreensão e geração de texto e imagem.

Desafios financeiros em jogo

Embora avaliada em cerca de meio bilião de dólares (aproximadamente R$ 2,7 trilhões), a OpenAI enfrenta questionamentos sobre a sustentabilidade do modelo de negócio. Grande parte dos milhões de utilizadores do ChatGPT recorre à versão gratuita, enquanto os custos de computação para treinar e operar os modelos de linguagem permanecem elevados. Investidores demonstram interesse em adquirir ações da empresa, mas exigem indicadores claros de rentabilidade que justifiquem a capitalização recente.

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Imagem: NewsUp Brasil

Concorrência direta do Google

O lançamento do Gemini marcou a tentativa mais recente do Google de recuperar espaço depois de ter ficado atrás quando o ChatGPT estreou, há três anos. A atualização trouxe melhorias na integração entre texto, áudio e imagem, funcionalidades que o ChatGPT também oferece, mas que precisam de evolução para manter a preferência do público. A Alphabet, controladora do Google, dispõe de vasta infraestrutura de nuvem e histórico de pesquisa que potencializa a adoção do seu próprio chatbot.

Próximos passos sob sigilo

O contexto de urgência levou a OpenAI a avaliar também o ritmo de desenvolvimento de novos modelos de linguagem. Fontes internas citadas pela imprensa norte-americana indicam que a companhia poderá acelerar versões mais poderosas do GPT, embora isso implique custos adicionais com processamento. Questionada pela AFP, a OpenAI não comentou o teor do memorando nem detalhou prazos para eventuais anúncios.

Até que a empresa divulgue um plano público, a ordem de Altman mantém foco exclusivo em fazer com que o ChatGPT responda à ofensiva do Google e de outros concorrentes emergentes. O resultado dessa corrida tecnológica deverá influenciar o posicionamento da OpenAI na próxima rodada de captação de recursos e nos esforços para transformar avanços em inteligência artificial em receitas sustentáveis.

Por enquanto, funcionários e líderes da companhia operam sob a diretiva de emergência, com objetivos alinhados à melhoria imediata do chatbot. A evolução das respostas, a estabilidade da plataforma e a experiência do utilizador serão os principais indicadores que determinarão quando o “código vermelho” poderá ser suspenso.

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