Tarcísio nomeia Aluísio Segurado reitor da USP para mandato de quatro anos

Educação e Tecnologia

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, escolheu nesta terça-feira (2) o médico e professor Aluísio Augusto Cotrim Segurado para comandar a Universidade de São Paulo (USP) pelos próximos quatro anos. A decisão segue o rito previsto na legislação estadual, que atribui ao chefe do Executivo a nomeação do reitor a partir de uma lista tríplice elaborada pela comunidade universitária.

Escolha respeita o primeiro nome da lista tríplice

Segurado liderou a votação interna realizada na semana passada, quando docentes, funcionários e estudantes definiram três candidatos para encaminhar ao Palácio dos Bandeirantes. Ao confirmar o resultado, Tarcísio manteve a tradição de nomear o mais votado.

Professor titular da Faculdade de Medicina, o novo reitor atuou recentemente como pró-reitor de Graduação e foi diretor do Instituto Central do Hospital das Clínicas. Durante a pandemia de Covid-19, coordenou frentes de vigilância epidemiológica e participou de estudos sobre vacinas e protocolos de atendimento.

Posse prevista e duração do mandato

A cerimónia de posse está programada para o mês que vem, e a administração liderada por Segurado terá vigência até 2028. A data oficial, de acordo com o calendário da universidade, é 25 de janeiro de 2026, quando a instituição completa aniversário — um marco tradicional para a instalação formal da reitoria.

O vice-reitor eleito para a chapa é o professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, cuja designação também foi confirmada pelo governador. Juntos, eles substituirão a gestão anterior e responderão por decisões académicas, administrativas e financeiras.

Universidade reúne 90 mil estudantes e orçamento superior a R$ 9 bilhões

A USP é a maior universidade pública do país, com cerca de 90 mil alunos distribuídos em 42 unidades de ensino e pesquisa. O orçamento anual ultrapassa R$ 9 bilhões, recursos provenientes principalmente do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) repassado pelo governo estadual.

Entre os desafios apontados para o novo reitorado estão a ampliação das políticas de permanência estudantil, a modernização do parque de pesquisa e a sustentabilidade financeira de hospitais universitários. O controle de gastos com pessoal e a busca por fontes externas de financiamento também integram a agenda prioritária.

Processo de consulta inclui docentes, servidores e alunos

A lista tríplice é resultado de votação paritária na qual docentes têm peso de 70%, enquanto servidores técnico-administrativos e estudantes respondem pelos 30% restantes. A participação foi distribuída em todas as unidades, por meio de urnas eletrónicas instaladas nos campi da capital e do interior.

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Imagem: Internet

Concluída a apuração, o Conselho Universitário homologou os três nomes mais votados e enviou o documento ao governo estadual. Segundo a legislação paulista, o governador dispõe de trinta dias para anunciar a escolha. No caso de Segurado, o despacho foi publicado menos de uma semana após o envio da lista.

Perfil do novo reitor

Formado em Medicina pela própria USP, Aluísio Segurado é mestre em Saúde Pública e doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Foi presidente da Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina e coordenou projetos relacionados à resposta brasileira ao HIV/AIDS nas décadas de 1990 e 2000.

Além das atividades académicas, integra redes de pesquisa internacional em imunologia e vacinologia, com publicações em periódicos de alto impacto. No Hospital das Clínicas, liderou a implementação de protocolos clínicos que integraram atendimento, ensino e investigação.

Próximos passos da nova gestão

Após a posse, o reitorado deverá apresentar ao Conselho Universitário um plano de metas para o quadriénio. Entre as medidas em estudo estão a expansão de cursos noturnos, o reforço de programas de inovação em parceria com empresas e a revisão da política de cotas sociais e raciais.

A nova gestão também pretende intensificar a internacionalização dos cursos de pós-graduação, promover maior integração entre os campi da capital e do interior e aprimorar a utilização de tecnologias digitais em processos de ensino, pesquisa e extensão.

Com a nomeação oficializada, a USP inicia a transição administrativa e prepara-se para definir prioridades que impactarão diretamente a formação de profissionais, a produção científica e a prestação de serviços de saúde e cultura para a sociedade paulista.

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