Ibovespa quebra recorde e ultrapassa 164 mil pontos na B3

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São Paulo, 5 de dezembro de 2025 — O principal índice da Bolsa brasileira terminou a sessão desta quinta-feira em novo patamar histórico. O Ibovespa avançou 1,67 % e encerrou em 164.456 pontos, superando pela terceira vez seguida o próprio recorde.

Setores de energia, mineração e bancos lideram alta

Empresas ligadas a petróleo, minério de ferro e serviços financeiros puxaram a valorização do pregão. As petroleiras foram favorecidas pela recuperação das cotações internacionais do petróleo, enquanto as mineradoras responderam à procura global por commodities metálicas. Entre as instituições financeiras, a expectativa de juros internos mais baixos reforçou o interesse dos investidores por ativos de maior risco, impulsionando os papéis do setor.

Com o desempenho desta quinta-feira, o Ibovespa acumula ganhos de 3,38 % na primeira semana de dezembro. No ano de 2025, a valorização já soma 36,72 %, refletindo a percepção de que a economia brasileira atravessa uma combinação de inflação moderada, expectativa de redução da Selic e fluxo de capital estrangeiro em direção a mercados emergentes.

Dólar mantém viés de baixa mesmo com alta dos yields nos EUA

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou vendido a R$ 5,31, com recuo marginal de 0,04 %. Durante a manhã, a moeda chegou a tocar R$ 5,28, mínima intradiária e menor valor desde 14 de novembro. O ritmo de queda diminuiu ao longo da tarde após a elevação das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, que tradicionalmente oferece alternativa atrativa aos investidores internacionais.

Mesmo assim, o real terminou o dia entre as divisas de melhor desempenho perante a moeda norte-americana. Na semana, o dólar perde 0,47 % frente ao real e acumula depreciação de 14,08 % no ano. Analistas do mercado atribuem parte desse movimento à preferência dos investidores por ativos de países emergentes, beneficiados pelo diferencial de juros ainda elevado em relação a economias desenvolvidas.

PIB fraco aumenta aposta em corte da Selic já em janeiro

Dados divulgados recentemente indicaram crescimento de apenas 0,1 % do Produto Interno Bruto brasileiro no terceiro trimestre. A desaceleração reforçou as expectativas de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central possa iniciar o ciclo de redução da taxa Selic na primeira reunião de 2026, agendada para janeiro.

Juros básicos mais baixos tendem a reduzir a atratividade de títulos públicos e outros produtos de renda fixa, favorecendo a migração de recursos para o mercado acionário. Esse cenário ajuda a explicar a sequência de recordes do Ibovespa nos últimos dias, bem como o comportamento positivo de setores sensíveis à atividade económica doméstica.

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Fluxo externo e confiança local sustentam otimismo

O ingresso de capital estrangeiro na B3 permanece robusto em meio à busca global por retornos superiores. Investidores internacionais têm aumentado a exposição a papéis brasileiros diante da combinação de fundamentos relativamente sólidos, menor instabilidade política e expectativas de crescimento gradual.

Internamente, a confiança de consumidores e empresários mostra sinais de estabilidade, apoiada por inflação sob controle e perspectivas de crédito mais barato em 2026. Esse ambiente contribui para projeções de expansão no lucro corporativo e mantém o índice em trajetória ascendente.

Próximos indicadores no radar

Para os próximos dias, o mercado financeiro acompanhará de perto a divulgação dos índices de inflação ao consumidor e a ata da última reunião do Banco Central. Esses dados podem oferecer mais sinais sobre a magnitude e o ritmo dos possíveis cortes na Selic. Além disso, a evolução das commodities no mercado internacional seguirá determinante para o desempenho de empresas exportadoras listadas na B3.

Enquanto isso, o Ibovespa inicia a reta final do ano em um contexto de forte liquidez e percepção de risco controlado, fatores que, segundo operadores, podem sustentar novas máximas se não houver choques externos relevantes.

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