Agressão em escola do Rio tira visão de criança de 10 anos e gera sindicância

Um aluno de 10 anos da Escola Municipal Leonel de Azevedo, localizada na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, perdeu a visão do olho direito após ser agredido por um colega durante o recreio de 18 deste mês. A agressão, motivada por bullying, ocorreu enquanto a vítima participava de uma atividade de Educação Física supervisionada por um professor.

Atendimento médico imediato e diagnóstico

Logo após o incidente, o estudante foi levado ao Hospital Municipal Evandro Freire, também na Ilha do Governador. Exames apontaram uma lesão grave na retina do olho direito, implicando perda total da visão nesse órgão. Diante da gravidade, a equipa médica providenciou a transferência da criança para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro da cidade, onde permanece internada sob observação.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, o paciente recebe acompanhamento oftalmológico especializado e medicação adequada para controlar dores e evitar infecções. Uma nova avaliação está marcada para esta semana, a fim de verificar eventuais complicações adicionais.

Procedimentos administrativos e apoio à família

A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que acompanha de perto todo o tratamento, fornecendo medicamentos e suporte logístico à família do aluno. A pasta também afirmou que não há registros de ocorrências anteriores envolvendo os estudantes mencionados no caso.

No âmbito administrativo, foi aberta uma sindicância para apurar a conduta da escola e esclarecer as circunstâncias da agressão. O objetivo é identificar falhas na supervisão durante o recreio e avaliar possíveis responsabilidades de funcionários ou da direção.

Medidas disciplinares e protocolo contra bullying

O estudante do 7.º ano apontado como autor do soco foi transferido para outra unidade escolar. De acordo com a SME, a mudança segue o Regimento Escolar, que estabelece etapas obrigatórias antes da realocação de qualquer aluno envolvido em situações de violência.

Em casos de bullying, as escolas da rede municipal devem adotar o Protocolo de Prevenção, Proteção e Segurança Escolar. O documento prevê:

  • Convocação imediata dos responsáveis pelos alunos envolvidos;
  • Comunicação ao Conselho Tutelar;
  • Ações educativas para toda a turma ou escola, reforçando a prevenção da violência;
  • Acompanhamento constante da convivência entre os estudantes.

A secretaria destacou que, paralelamente à sindicância, será feita uma avaliação psicossocial dos alunos diretamente envolvidos, visando reduzir os impactos emocionais e prevenir novos episódios de agressão.

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Imagem: Internet

Contexto da violência escolar

Casos de agressão entre estudantes têm recebido atenção crescente de autoridades educacionais em todo o país. Especialistas em segurança escolar apontam que a implementação de protocolos claros, formação de professores e apoio psicológico regular podem reduzir significativamente incidentes de violência física e verbal.

No Rio de Janeiro, a SME possui programas de mediação de conflitos e campanhas de conscientização sobre bullying. Contudo, o episódio na Ilha do Governador levanta questionamentos sobre a eficácia dessas medidas e a necessidade de reforço na supervisão durante períodos de recreio ou atividades fora da sala de aula.

Próximos passos

A sindicância aberta deverá concluir os trabalhos nas próximas semanas. Dependendo dos resultados, o processo pode resultar em medidas administrativas contra servidores ou na revisão de procedimentos internos da Escola Municipal Leonel de Azevedo. A SME não divulgou prazo específico para a divulgação do relatório final.

Enquanto isso, a família do aluno aguarda novos exames que confirmarão a extensão permanente da lesão ocular. Também buscam esclarecimentos sobre eventuais formas de apoio psicopedagógico para a retomada das atividades escolares, já que o estudante cursa o 5.º ano do ensino fundamental.

A Polícia Civil não foi acionada até o momento, conforme informações oficiais, mas poderá ser envolvida caso a sindicância identifique indícios de crime. A SME reiterou que pretende garantir segurança e ambiente saudável a todos os estudantes da rede municipal.

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