O cofundador e diretor-executivo da OpenAI, Sam Altman, declarou durante um almoço com jornalistas em Nova Iorque que a maior concorrente da sua empresa não é a Google, mas a Apple. Segundo o executivo, a disputa decisiva em inteligência artificial será travada no campo do hardware, área em que a fabricante do iPhone detém ampla experiência e alcance mundial.
Foco no desenvolvimento de um dispositivo dedicado
Altman explicou que a OpenAI concentra esforços na criação de um equipamento concebido para explorar todo o potencial dos modelos de linguagem que a companhia desenvolve. A estratégia inclui a colaboração de Jony Ive, ex-chefe de design da Apple e responsável por produtos como iMac, iPod, iPhone e iPad. Informações publicadas pelo Wall Street Journal indicam que as equipas de Ive e da OpenAI avaliam diferentes conceitos de interface e formato para esse futuro dispositivo.
O executivo afirmou ainda que a prioridade da OpenAI é oferecer uma experiência de utilização que maximize as capacidades da IA, e não acelerar projetos apenas para responder a anúncios de rivais, como o Gemini da Google. Ele salientou que a empresa vê vantagens competitivas em controlar tanto o software quanto o hardware, seguindo um modelo semelhante ao historicamente adotado pela Apple.
Visões de mercado e reações da concorrência
Durante o mesmo encontro, Dario Amodei, diretor-executivo da Anthropic, avaliou o cenário competitivo e afirmou que sua companhia ocupa um espaço distinto de Google e OpenAI. Amodei negou que a Anthropic tenha declarado um “código vermelho” para acelerar lançamentos, salientando que prefere evoluir em ritmo próprio.
A percepção de Altman sobre a Apple como rival de peso já havia sido partilhada por outras figuras do setor. Em outubro, o ex-CEO da Apple John Sculley defendeu na conferência Zeta Live que a OpenAI representa o primeiro concorrente real da Apple em décadas. Segundo Sculley, a transição para serviços baseados em IA altera o modelo de negócio tradicional, no qual empresas focadas em hardware passam a depender de plataformas de assinatura.
Sculley também elogiou a parceria entre Altman e Ive, classificando o antigo designer da Apple como a pessoa ideal para liderar a criação de produtos voltados para a era da inteligência artificial. Ele argumentou que a combinação da visão de Ive com os modelos de linguagem da OpenAI pode resultar em dispositivos que definam novos padrões de mercado.
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Perdas de talento e movimentação no setor
A Apple vem enfrentando a saída de engenheiros e pesquisadores para empresas rivais, entre elas a própria OpenAI e a Meta. O movimento reforça a percepção de que a próxima fase de inovação depende de especialistas em IA capazes de integrar software avançado a dispositivos físicos.
Embora a Apple mantenha sigilo em torno dos seus projetos, analistas do segmento apontam que a empresa tem investido em recursos de IA para integrar em futuras versões do iPhone, do iPad e do Mac. A expansão da tecnologia para óculos de realidade aumentada também é considerada.
Seleção de livros de 2025 feita por Bill Gates
Além das declarações sobre IA, o mercado editorial recebeu atenção quando Bill Gates apresentou a lista dos cinco livros que mais o impactaram em 2025. As obras abordam propósito, clima, criatividade, comportamento humano e inovação, e foram recomendadas pelo cofundador da Microsoft como leituras acessíveis para fechar o ano com novas ideias. O anúncio ocorreu em 9 de dezembro de 2025.
Embora a lista de Gates não tenha relação direta com a disputa entre Apple e OpenAI, a seleção reflete o interesse crescente por temas ligados a inovação e transformação social, tópicos que também influenciam a discussão sobre o futuro da inteligência artificial e dos modelos de negócio baseados em hardware e serviços.






