O técnico Carlo Ancelotti afirmou que a seleção brasileira tem condições de derrotar Marrocos, Haiti e Escócia, adversários da primeira fase da Copa do Mundo de 2026. A declaração foi dada nesta sexta-feira (5), em entrevista coletiva concedida logo após o sorteio dos grupos do torneio, que será disputado nos Estados Unidos, no Canadá e no México.
Ao comentar o resultado do sorteio, o treinador não escondeu a confiança na equipa que dirige desde julho de 2024. Para ele, uma abordagem competitiva desde o primeiro jogo é fundamental para chegar à final. “Precisamos respeitar cada adversário, estudar o que fazem em campo e impor o nosso estilo. Se mantivermos esse padrão, podemos vencer os três jogos da fase de grupos”, afirmou.
Confiança total na fase de grupos
O Brasil integra um grupo considerado equilibrado, com seleções de diferentes continentes e características. Marrocos chega ao torneio embalada pela campanha histórica no Mundial de 2022, quando alcançou as semifinais. Haiti retorna à competição após mais de quatro décadas de ausência, enquanto Escócia tenta avançar ao mata-mata pela primeira vez desde 1998.
Ancelotti, contudo, descartou qualquer clima de euforia. Segundo o italiano, a combinação entre estudo dos oponentes e execução tática será decisiva para confirmar o favoritismo brasileiro. “O primeiro jogo pode ser contra Marrocos, Haiti ou Escócia; independentemente da ordem, a meta é a mesma: conquistar os três pontos”, disse.
A empolgação do treinador também foi acompanhada de cautela ao analisar possíveis confrontos no mata-mata. Holanda, Alemanha e França aparecem como potenciais rivais a partir das quartas de final, dependendo do cruzamento. “Para chegar à decisão, vamos enfrentar seleções muito fortes. Isso pode ocorrer nas quartas ou na semifinal. O objetivo é estar preparado para qualquer cenário”, resumiu.
Amistosos de alto nível antes do Mundial
Para medir forças antes da Copa, a Confederação Brasileira de Futebol confirmou dois amistosos nos Estados Unidos contra Croácia e França. Os confrontos estão marcados para março de 2026, seis meses antes do pontapé inicial do torneio. Ancelotti considera esses testes fundamentais para calibrar a equipe.
“A França possui talento individual extraordinário, capaz de decidir em qualquer lance. Já a Croácia apresenta um coletivo muito experiente e consistente. Encarar seleções com estilos distintos vai mostrar onde estamos e o que ainda precisamos ajustar”, destacou o técnico.
O calendário de preparação inclui, ainda, um período de treinos em solo norte-americano para adaptar os atletas às condições climáticas e logísticas do Mundial, dividido em 16 cidades dos três países-sede. De acordo com o cronograma preliminar, a equipa brasileira ficará concentrada em Orlando, na Flórida, base escolhida pela estrutura de treino e pela proximidade de dois estádios onde a seleção atuará na fase de grupos.
Imagem: Últimas Notícias
Objetivo declarado: disputar a final
Desde que assumiu o comando, Ancelotti estabeleceu como meta disputar o título em 2026. O treinador italiano considera que o grupo atual reúne uma mescla de juventude e experiência suficiente para competir em alto nível. Jogadores como Vinícius Júnior, Rodrygo e Bruno Guimarães formam a espinha dorsal da equipe, ao lado de atletas mais experientes, caso de Marquinhos e Casemiro.
No modelo de jogo que vem sendo treinado desde as Eliminatórias, Ancelotti mantém a defesa compacta, linhas próximas e transições rápidas, semelhantes às adotadas nos clubes que dirigiu na Europa. “Queremos ser uma equipa equilibrada e agressiva, que controla o ritmo quando necessário e acelera nos momentos certos”, explicou.
Segundo o treinador, o Brasil conta com profundidade de elenco para responder a diferentes situações. Laterais mais ofensivos, meias de construção e atacantes versáteis permitem alterar a configuração tática sem comprometer a identidade da seleção. “Podemos variar entre 4-3-3 e 4-2-3-1, dependendo do adversário e do estado físico dos jogadores”, detalhou.
Pontos de atenção até 2026
A comissão técnica ainda monitora três frentes principais antes do início da Copa: condicionamento físico, entrosamento e gestão de minutos. A temporada europeia, que se encerra um mês antes do Mundial, exige cuidados para evitar desgaste excessivo. Ancelotti pretende convocar atletas em boa forma e, ao mesmo tempo, preservar a base titular durante os amistosos.
Nos bastidores, a CBF trabalha para garantir amistosos adicionais contra seleções da Ásia e da América do Norte, com o objetivo de simular adversários de estilos diversos. A federação também investe em tecnologia de análise de desempenho, utilizando dados ao vivo para apoiar decisões táticas durante as partidas.
Com a confiança de que pode vencer os três compromissos da fase de grupos e avançar rumo à final, o Brasil inicia a contagem regressiva para o Mundial de 2026. As próximas datas-Fifa, em março e junho, serão determinantes para consolidar o plano de Ancelotti e testar a seleção diante de rivais que também almejam o troféu mais cobiçado do futebol.





