O Brasil estreou no Mundial de Handebol Feminino com vitória expressiva sobre Cuba por 41 a 20, nesta quinta-feira (27), em Stuttgart, na Alemanha. O resultado coloca a seleção na liderança provisória do Grupo G e deixa a equipa a uma vitória da classificação antecipada para a próxima fase.
Destaques em quadra e domínio do começo ao fim
Desde o apito inicial, as brasileiras controlaram o ritmo da partida. Ao término da primeira parte, a vantagem já era de cinco golos (18 a 13). No regresso do intervalo, o conjunto comandado por Cristiano Rocha aumentou a intensidade: aos seis minutos da etapa final, o marcador indicava 24 a 14. A diferença continuou a crescer até o placar final de 41 a 20.
A veterana Alexandra “Alê” Nascimento, de 43 anos, marcou sete vezes e reafirmou o estatuto de referência ofensiva. A estreante em Mundiais Jamily Felix contribuiu com seis golos. Já Jéssica Quintino, ponta-direita, foi eleita MVP (Most Valuable Player) da partida, distinção concedida à melhor jogadora em quadra.
Com a vantagem assegurada, o treinador utilizou boa parte do banco de reservas, mantendo o ritmo elevado até o fim. A rotação permitiu testar formações e poupar atletas para os próximos compromissos.
Calendário do Grupo G e situação da classificação
O próximo jogo das brasileiras será no sábado (29), às 14h (horário de Brasília), contra a República Checa. Em caso de novo triunfo, a seleção garante presença no Main Round, segunda fase do Mundial. O encerramento da primeira etapa ocorre na segunda-feira, 1.º de dezembro, às 16h30, frente à Suécia.
De acordo com o regulamento, 38 seleções participam do torneio, divididas em oito grupos de quatro equipas. As três melhores de cada chave avançam. Os pontos conquistados na fase inicial são transportados para o Main Round, que agrupa as equipes em quatro novos grupos. Apenas as duas primeiras de cada nova chave progridem às quartas de final, fase que passa a ser eliminatória até a decisão marcada para 14 de dezembro.
Busca pelo bicampeonato e retorno de uma campeã mundial
A seleção brasileira tenta repetir o feito de 2013, ano em que conquistou o título mundial inédito. Alexandra Nascimento, peça fundamental naquela campanha, voltou à Amarelinha após quatro temporadas afastada por motivos de maternidade. A atleta, atualmente no Handball Erice (Itália), mostrou que continua decisiva ao liderar o ataque na estreia.
Imagem: Ultimas Notícias
O técnico Cristiano Rocha destacou antes do torneio o equilíbrio do elenco, que mescla jogadoras experientes e jovens promessas. A atuação diante de Cuba confirmou a estratégia de alternar velocidade nas transições ofensivas com forte marcação no perímetro, elementos que devem ser mantidos nos duelos contra tchecas e suecas.
Panorama estatístico da partida
Além dos 41 golos marcados, o Brasil sustentou o bloqueio defensivo e forçou erros consecutivos do adversário. Cuba conseguiu manter o jogo equilibrado até a metade do primeiro tempo, mas perdeu intensidade após a sequência de contra-ataques brasileiros. A diferença de 21 golos reflete, sobretudo, a superioridade no aproveitamento de arremessos e na variação de jogadas pelas pontas.
Todos os setores contribuíram para o resultado: armadoras centrais distribuíram assistências que resultaram em 60% de acerto nos ataques, enquanto a defesa recuperou a posse em 15 ocasiões, convertendo nove delas em contra-ataques concluídos em golo.
Próximos passos e preparação
Entre a partida contra Cuba e o confronto com a República Checa, a comissão técnica programou treinos focados em ajustes táticos e recuperação física. A expectativa é manter o padrão de jogo que deu resultado na estreia e, ao mesmo tempo, estudar as características do adversário europeu, conhecido pelo forte jogo de pivô.
Uma nova vitória não apenas assegurará matematicamente o avanço, mas também permitirá ao Brasil iniciar o Main Round com pontuação máxima, vantagem considerada crucial na luta por vaga nas quartas de final.





