Um engenheiro brasileiro de 36 anos morreu na quarta-feira, 26, depois de ser atingido por um raio durante um passeio de bicicleta numa zona próxima ao parque arqueológico de Machu Picchu, no Peru. A vítima, identificada como Yuri Pereira Botelho, era natural de São Mateus, no litoral norte do Espírito Santo, e trabalhava na prefeitura de St. Louis, no estado norte-americano de Minnesota.
Trilha de bicicleta terminou em fatalidade
De acordo com informações confirmadas pelo pai da vítima, o ex-vereador Chiquinho Botelho, Yuri participava de uma trilha de bicicleta acompanhado de um amigo brasileiro e de um guia turístico local. O grupo havia deixado momentaneamente a família — esposa, filho de 1 ano e 2 meses e um casal de amigos — na área urbana de Aguas Calientes para realizar o percurso que costuma integrar roteiros de aventura nos arredores de Machu Picchu.
Durante o trajeto, fortes nuvens carregadas se formaram rapidamente, condição frequente na região montanhosa durante esta época do ano. Em determinado ponto da trilha, um raio atingiu Yuri. O amigo que o acompanhava também foi alcançado pela descarga elétrica, mas conseguiu ser socorrido a tempo e levado a um hospital próximo, onde permanece em observação. O nome desse segundo brasileiro não foi divulgado pelas autoridades peruanas.
Confirmação da morte e procedimentos posteriores
A notícia do falecimento foi divulgada pelo pai nas redes sociais poucas horas depois do acidente. “Coração puro e alegria constante pautaram a vida dele. Amava o esporte e a disciplina. Partiu meu coração a precoce partida, mas ele mesmo nos confortará com suas lembranças”, escreveu Chiquinho Botelho.
Segundo o relato do pai, o corpo do engenheiro será cremado no Peru, e as cinzas serão enviadas aos Estados Unidos, onde Yuri residia com a família devido ao trabalho em Minnesota. Os trâmites consulares estão a cargo do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e da representação diplomática brasileira em Lima, que acompanha o caso junto às autoridades locais para agilizar a liberação.
Perfil da vítima e vida no exterior
Yuri Pereira Botelho formou-se em Engenharia Civil e mudou-se para os Estados Unidos há cerca de dois anos, após ser aprovado em processo seletivo para o Departamento de Obras Públicas de St. Louis. Amante de esportes ao ar livre, mantinha o ciclismo e o montanhismo como hobbies e planejava visitar Machu Picchu desde que se mudou para a América do Norte. A viagem, realizada em família, incluía passeios culturais e atividades de aventura recomendadas para turistas com experiência em trilhas na altitude andina.
Risco de descargas elétricas na cordilheira
Relatórios meteorológicos indicam que os meses de primavera e verão no hemisfério sul concentram maior incidência de descargas elétricas na Cordilheira dos Andes. Especialistas em segurança recomendam que visitantes suspendam atividades ao ar livre diante de nuvens carregadas, principalmente em áreas descampadas ou de altitude elevada, onde o risco de ser atingido por raios aumenta consideravelmente.
Imagem: Internet
Embora Machu Picchu seja um dos destinos turísticos mais visitados da América do Sul, os parques e trilhas ao redor não contam com abrigos adequados em todos os trechos. Guias locais orientam viajantes a seguir protocolos de segurança, como buscar rapidamente áreas baixas, evitar contato com objetos metálicos e manter distância de árvores isoladas quando tempestades se aproximam.
Acompanhamento consular e orientações
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, por meio de nota, que presta assistência à família e mantém contato com as autoridades peruanas para garantir a conclusão dos procedimentos legais. A pasta reforçou a importância de brasileiros que viajam a países com geografia montanhosa monitorarem a previsão do tempo e contratarem guias credenciados.
Apesar de incidentes como o ocorrido com Yuri serem raros, eles reforçam a necessidade de protocolos de segurança em atividades turísticas na região. Operadores de turismo locais devem revisar rotas e rotinas de evacuação para reduzir riscos aos visitantes, enquanto autoridades peruanas avaliam intensificar a sinalização de áreas vulneráveis a descargas elétricas.
O caso segue em investigação pelas autoridades peruanas, que coletam depoimentos do guia e do sobrevivente para esclarecer as circunstâncias exatas do acidente. Não há previsão para a divulgação de um relatório oficial, mas a família informou que permanecerá no Peru até a conclusão dos trâmites de cremação.
A morte de Yuri Pereira Botelho mobilizou amigos e colegas nos Estados Unidos e no Brasil, que organizam homenagens virtuais e ações de apoio à esposa e ao filho. Enquanto isso, especialistas recomendam que viajantes intensifiquem cuidados ao praticar atividades ao ar livre em regiões de alta incidência de tempestades elétricas, principalmente durante a temporada chuvosa na Cordilheira dos Andes.





