O Ministério da Educação (MEC) deu mais um passo na expansão da rede de ensino técnico e tecnológico. Nesta terça-feira (9), o ministro Camilo Santana assinou o termo que libera o início das obras de dois novos campi do Instituto Federal Catarinense (IFC) em Mafra e Campos Novos, municípios do interior de Santa Catarina. Cada unidade foi dimensionada para atender até 1,4 mil estudantes, o que representa um acréscimo de 2,8 mil vagas no estado.
Investimento definido e cronograma de obras
Os dois projetos receberão R$ 25 milhões cada, recursos provenientes do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Do total, R$ 15 milhões serão direcionados à construção da infraestrutura física, enquanto outros R$ 10 milhões financiarão a compra de equipamentos e mobiliário. O MEC informou que já transferiu R$ 2 milhões para cada campus, valor utilizado na montagem dos canteiros e nos serviços preliminares.
Segundo o reitor do IFC, Rudinei Kock Exterckoter, as frentes de trabalho estão em fase de instalação. A intenção é abrir os primeiros cursos ainda no próximo ano, em estruturas provisórias, até que os prédios definitivos sejam concluídos. O modelo adotado tem sido o mesmo de outros institutos: enquanto a obra principal avança, salas modulares abrigam turmas iniciais, acelerando o atendimento à comunidade local.
Durante a cerimônia de assinatura, Camilo Santana destacou que, com as novas unidades, o Brasil passará a contar com 792 campi de instituições federais de educação profissional, científica e tecnológica. O ministro enfatizou também a recomposição orçamentária do setor. De acordo com ele, o valor enviado ao Congresso para 2025 é 40 % superior ao último orçamento da gestão anterior, o que, na avaliação do MEC, garante previsibilidade à expansão da rede.
Rede federal em crescimento
A construção dos campi de Mafra e Campos Novos integra a estratégia nacional de criação de mais de 100 novas unidades em todo o país, iniciativa que consumirá R$ 2,5 bilhões do Novo PAC. Além de erguer novos prédios, a pasta reservou R$ 1,4 bilhão para consolidar estruturas já existentes, com foco na edificação de restaurantes estudantis, bibliotecas, laboratórios, quadras poliesportivas e salas de aula.
Nos institutos federais, a oferta inclui cursos técnicos integrados ao ensino médio, formações subsequentes, graduação e pós-graduação. Para garantir condições adequadas a esse leque, o MEC financia a implantação de 270 restaurantes universitários, além de bibliotecas e ambientes de pesquisa. A meta é reforçar a permanência dos estudantes e apoiar atividades acadêmicas e de extensão.
Os novos campi de Santa Catarina seguem parâmetros de sustentabilidade e acessibilidade definidos pela Rede Federal. Os projetos contemplam uso de energia fotovoltaica, reaproveitamento de água da chuva e adequação a normas de acessibilidade para pessoas com deficiência.
Imagem: Educação
Economicamente, a chegada do IFC costuma impactar o entorno imediato, sobretudo ao gerar demanda por moradia, alimentação e transporte. Algumas prefeituras instituem bolsas de auxílio aos estudantes ou estabelecem parcerias para transporte intermunicipal, medida que pode ser replicada em Mafra e Campos Novos quando o ano letivo começar.
Por que a expansão importa
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que cerca de 18 % dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior em 2023. O índice se distancia da meta de 33 % prevista pelo Plano Nacional de Educação. Segundo o MEC, novos campi em cidades-polo ampliam o acesso a cursos técnicos e de graduação gratuitos, especialmente para estudantes de baixa renda.
A instalação dos campi também fortalece cadeias produtivas regionais. Em Mafra, onde o setor agroindustrial é relevante, a previsão é ofertar cursos voltados à tecnologia de alimentos e à mecanização agrícola. Em Campos Novos, as primeiras turmas devem priorizar agronegócio, energias renováveis e tecnologia da informação, áreas apontadas pelo governo estadual como estratégicas para a região do Meio-Oeste catarinense.
Com a assinatura do termo de autorização, o calendário oficial estipula até 12 meses para conclusão da fase inicial de obras. Após esse período, entram em funcionamento laboratórios especializados, bibliotecas e o restaurante estudantil, completando a estrutura definitiva. Enquanto isso, a comunidade acadêmica aguarda a publicação dos editais de seleção de servidores e do primeiro processo seletivo para alunos, previstos para o início do próximo ano.





