Desemprego recua a 5,4% e atinge menor nível desde 2012, aponta IBGE

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Brasília, 28 de novembro de 2025 — A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor índice da série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta sexta-feira (28).

Indicadores de ocupação mostram ganhos consistentes

Segundo o levantamento, o contingente de pessoas desocupadas chegou a 5,910 milhões, redução de 11,8% em relação ao mesmo período de 2024, equivalente a 788 mil trabalhadores a menos em busca de vaga. A nova taxa também representa queda ante os 5,6% verificados no trimestre móvel encerrado em setembro.

O recuo do desemprego ocorre simultaneamente a recordes na formalização. O número de empregados com carteira assinada alcançou 39,182 milhões, o maior volume já registrado pela Pnad Contínua. Além disso, o rendimento médio real habitual cresceu para R$ 3.528, valor igualmente inédito na série do instituto.

A pesquisa monitora o mercado de trabalho de brasileiros com 14 anos ou mais, considerando todas as formas de ocupação – com ou sem carteira, temporárias, por conta própria ou trabalho doméstico. Apenas é classificada como desocupada a pessoa que procurou emprego nos 30 dias anteriores à entrevista.

Comparativo histórico e influência da pandemia

O ponto mais alto do desemprego ocorreu duas vezes durante a pandemia de covid-19, quando a taxa atingiu 14,9% nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e março de 2021. Desde então, o indicador vem registrando trajetória de queda contínua, culminando agora no menor patamar observado pelo IBGE.

Para coletar os dados, o instituto visita 211 mil domicílios distribuídos por todos os estados e o Distrito Federal. A amostra garante representatividade nacional e detalha informações por sexo, idade, nível de instrução e posição na ocupação, mas os recortes completos serão divulgados em relatórios futuros.

Caged confirma ritmo positivo das admissões formais

Na véspera da divulgação da Pnad, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que monitora exclusivamente vínculos formais. De acordo com o órgão, outubro apresentou saldo líquido de 85,1 mil postos com carteira assinada. Considerando os últimos 12 meses, o balanço aponta geração de 1,35 milhão de empregos formais.

Embora utilize metodologia distinta, o Caged corrobora a tendência captada pelo IBGE de expansão na formalização e recuperação do mercado de trabalho. Especialistas avaliam que a combinação de crescimento de setores de serviços, programas de apoio ao crédito e normalização das atividades presenciais contribuiu para o avanço.

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Fatores que sustentam o cenário atual

Diversos elementos têm favorecido a redução do desemprego. Entre eles, destacam-se:

— Aumento da demanda interna: consumo maior de bens e serviços estimula a contratação, especialmente em comércio e turismo.

— Investimentos em infraestrutura: obras públicas e privadas demandam mão de obra direta e indireta.

— Programas governamentais de qualificação: iniciativas de capacitação ampliam a empregabilidade e reduzem a informalidade.

Apesar do resultado histórico, economistas acompanham os próximos trimestres para verificar a sustentabilidade dessa tendência, uma vez que fatores como taxa de juros, inflação e ritmo de crescimento global podem influenciar a geração de vagas.

Perspectivas e próximos passos

O IBGE continuará atualizando a Pnad Contínua mensalmente, permitindo observar oscilações sazonais e estruturais no emprego. Já o Ministério do Trabalho deve divulgar, em dezembro, um balanço consolidado do Caged para 2025, com expectativa de confirmar o avanço do emprego formal ao longo do ano.

Se a trajetória de queda do desemprego se mantiver, analistas projetam reflexos positivos sobre renda, consumo e arrecadação tributária. Entretanto, alertam que o desafio de reduzir a informalidade e aumentar a produtividade segue no centro das discussões de política pública.

Por ora, os dados mais recentes indicam que o mercado de trabalho brasileiros atinge, simultaneamente, menores níveis de desemprego e recordes de renda e formalização, marca inédita desde o início das séries estatísticas do IBGE.

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