Cloudflare voltou a registar instabilidade por volta das 6h00 (horário de Brasília) desta manhã, interrompendo o acesso a diversas plataformas que dependem da sua rede de distribuição de conteúdo.
Problema técnico e restabelecimento
De acordo com a empresa, a falha teve origem numa alteração de configuração aplicada ao Web Application Firewall (WAF), componente responsável por analisar as solicitações enviadas aos serviços hospedados. A modificação, que não esteve relacionada a ataque externo, gerou oscilações de disponibilidade em vários pontos de presença.
A correção começou a ser implementada às 6h12 e o tráfego foi normalizado aproximadamente às 6h20. Durante esse intervalo, utilizadores relataram dificuldade para iniciar sessões, carregar conteúdos ou concluir ligações em tempo real.
No painel público de status, a Cloudflare especificou que as primeiras intervenções ocorreram em servidores localizados em Bogotá, Colômbia, e Detroit, Michigan (Estados Unidos). Ajustes adicionais foram propagados em sequência para os restantes centros de dados, de modo a estabilizar o processamento de pacotes e restabelecer as rotas de entrega.
Serviços diretamente atingidos
A interrupção afetou plataformas populares que utilizam os serviços de cache e mitigação de ataques da Cloudflare. Entre os nomes confirmados estão:
- LinkedIn, com demora no carregamento do feed e falhas de autenticação;
- Zoom, que registou quedas de chamadas e dificuldades para ingressar em reuniões;
- Fortnite, onde jogadores relataram desconexões repentinas e mensagens de erro ao sincronizar com os servidores de jogo.
Usuários de outros serviços, como aplicações corporativas e portais de comércio eletrónico, também reportaram problemas pontuais de lentidão. A empresa não divulgou números sobre a quantidade de domínios impactados, mas opera uma rede que atende milhões de endereços em todo o mundo.
Como funciona a camada de distribuição
O modelo de operação da Cloudflare baseia-se na replicação de conteúdos em múltiplos servidores geograficamente distribuídos. Quando um visitante solicita uma página, o pedido é encaminhado para o ponto mais próximo, reduzindo a latência e aumentando a velocidade de resposta. Ao mesmo tempo, o WAF aplica regras de segurança para filtrar tráfego malicioso e proteger contra ataques de negação de serviço.
Imagem: NewsUp Brasil
Alterações em componentes críticos, como a citada nesta manhã, podem propagar-se rapidamente e gerar instabilidade caso não sejam validadas em todas as combinações de hardware e rotas de rede. Foi esse o cenário descrito pela empresa: uma modificação pontual provocou comportamentos inesperados em determinados locais antes de ser revertida.
Incidente anterior e medidas de prevenção
O episódio ocorre cerca de um mês depois de outra falha que deixou fora do ar serviços como X (antigo Twitter), ChatGPT, Canva e Letterboxd durante algumas horas. Na ocasião, a origem também foi atribuída a um problema interno de configuração.
Desde então, a Cloudflare afirmou ter reforçado processos de revisão e testes de alterações, incluindo fases de lançamento progressivo e monitorização em tempo real. A empresa declarou que vai analisar os logs do incidente de hoje para identificar pontos de melhoria e evitar recorrências.
Impacto para utilizadores e empresas
Apesar da curta duração, a interrupção destacou a dependência de diversos serviços de grande escala em relação a provedores de infraestrutura de rede. Para utilizadores finais, os 20 minutos de inatividade representaram chamadas interrompidas, sessões de trabalho pausadas e perda temporária de interação em jogos online. Já para empresas, a falha reforça a importância de adotar redundância multi-cloud e planos de contingência que minimizem o risco de paragem total.
Após o restabelecimento, a Cloudflare informou que não observou perda de dados e que todos os sistemas operam normalmente. A companhia continua a monitorizar métricas de latência e taxa de erro, enquanto atualiza clientes empresariais sobre os procedimentos realizados durante a correção.





