Foguete Zhuque 3 explode na aterragem e expõe desafios da chinesa LandSpace

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O primeiro teste em voo do Zhuque 3, foguete desenvolvido pela empresa chinesa LandSpace, terminou com uma explosão durante a manobra de regresso ao solo. Imagens publicadas na rede social Weibo mostram o veículo entrando em queda e colidindo com o terreno envolto em chamas, poucos instantes após a tentativa de pouso.

Teste atingiu a órbita, mas falhou na etapa crucial de recuperação

Segundo a informação divulgada pela própria companhia, o Zhuque 3 conseguiu completar a fase de ascensão e chegar à órbita terrestre. A operação previa a posterior descida controlada para permitir o reaproveitamento da estrutura, procedimento considerado central para reduzir custos de lançamentos futuros. No entanto, a sequência de aterragem não ocorreu conforme o planeado: o foguete perdeu estabilidade, tocou o solo com força e explodiu, resultando na destruição total do protótipo.

A LandSpace acrescentou que abrirá uma investigação para determinar as causas da anomalia. O objetivo é identificar falhas no sistema de propulsão, nos controlos de navegação ou em quaisquer componentes responsáveis pela desaceleração final.

Ambição de seguir o modelo de reutilização da SpaceX

A empresa chinesa pretende replicar o modelo operacional inaugurado pela SpaceX, que popularizou a recuperação de estágios de foguetes com o Falcon 9. Ao dominar a técnica de pouso vertical, a companhia norte-americana conseguiu reduzir despesas, aumentar a cadência de missões e reforçar a sustentabilidade do negócio espacial.

Desde então, outros players do setor também investem em veículos reutilizáveis. A Blue Origin, fundada por Jeff Bezos, já realizou retornos bem-sucedidos com o New Shepard. O programa da LandSpace procura alcançar nível semelhante de eficiência, mas o resultado do voo inaugural do Zhuque 3 evidencia que ainda há etapas críticas a superar antes de uma operação comercial regular.

Empresa confirma continuidade do programa

Apesar da perda do veículo, a LandSpace afirma que prosseguirá com o desenvolvimento do sistema. A organização não divulgou um calendário para novos ensaios, mas indicou que os dados coletados durante o voo fornecerão subsídios para ajustes de engenharia e segurança.

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Imagem: Internet

O incidente reforça os riscos inerentes ao setor aeroespacial, sobretudo em projetos que envolvem tecnologias de pouso automatizado. Ainda assim, o avanço até a órbita na primeira tentativa é visto internamente como um passo relevante, uma vez que comprova a capacidade de propulsão e de controle durante a ascensão.

Impacto no cenário de lançamentos comerciais

O fracasso na aterragem coloca pressão adicional sobre a LandSpace num mercado em que competitividade depende da promessa de menor custo por quilograma colocado em órbita. Quanto mais rápido a empresa validar o ciclo completo de reutilização, maior será a possibilidade de assegurar contratos de transporte de satélites e cargas científicas.

Embora a explosão represente um revés, a trajetória de empresas concorrentes sugere que múltiplos testes são necessários até que o procedimento de retorno se torne rotineiro. A SpaceX, por exemplo, precisou de diversas tentativas antes de consolidar o atual padrão de confiabilidade dos Falcon 9.

Com a investigação em curso e a expectativa de novos voos de ensaio, a LandSpace mantém o objetivo de ingressar na lista de operadores capazes de oferecer lançamentos reutilizáveis de forma consistente. O sucesso nessa meta pode redefinir o custo de acesso ao espaço para clientes chineses e internacionais nos próximos anos.

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