Brasília — O Ministério das Comunicações anunciou que todas as escolas públicas do país deverão estar ligadas à internet até dezembro de 2026. A meta foi confirmada nesta terça-feira (2) pelo titular da pasta, Frederico de Siqueira Filho, durante participação no programa “Bom Dia, Ministro”, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Compromisso de cobertura total
Segundo o ministro, a universalização do acesso à rede no ambiente escolar tornou-se prioridade para o governo federal ao ser considerada essencial para o desenvolvimento educacional de crianças e jovens. “Com relação à banda larga nas escolas, 100% das unidades públicas estarão conectadas até o fim de 2026, por fibra ótica ou por soluções via satélite”, declarou.
Siqueira Filho explicou que o plano abrange todas as instituições registradas no Ministério da Educação e beneficiadas pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A iniciativa pretende atender, de forma progressiva, estabelecimentos em áreas urbanas, rurais e em comunidades remotas.
Questionado sobre o cronograma, o ministro afirmou que o governo trabalha para antecipar metas que originalmente estavam previstas em edital de licitação de espectro. O calendário detalhado será divulgado ao longo dos próximos meses, mas a diretriz é concluir a conexão antes do período previsto inicialmente.
Avanço do 5G supera projeções
Durante a entrevista, Siqueira Filho apontou avanços na expansão da quinta geração da telefonia móvel. De acordo com dados mais recentes, a cobertura 5G já alcança 64% da população, superando o índice de 57% projetado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para 2027.
Mais de duas mil cidades contam atualmente com o serviço. O ministro lembrou que o processo começou pelos grandes centros das capitais e, gradualmente, avança para periferias e municípios de menor porte. “A ideia é ampliar essa tecnologia para mais localidades a fim de atender a população de forma equilibrada”, ressaltou.
Nos grandes centros urbanos, a implantação atingiu 67% da área exigida pelo edital. O governo atribui o desempenho à colaboração entre operadoras, órgãos reguladores e administrações municipais na liberação de antenas e licenças.
Conectividade em áreas rurais e distritos
Além do 5G, o Ministério das Comunicações mantém programas específicos para zonas rurais. Em 2025, estão previstas a instalação e a ativação de infraestrutura móvel em 1,5 mil localidades com menos acesso a serviços de voz e dados.
Nessas regiões, a tecnologia predominante será o 4G, considerada mais adequada para cobertura de áreas extensas com baixa densidade populacional. Entretanto, onde houver viabilidade técnica, a pasta avalia a adoção direta do 5G.
Siqueira Filho salientou que o critério para selecionar as localidades leva em conta o número de habitantes. “Primeiro atendemos cidades maiores; agora seguimos para distritos e comunidades rurais”, afirmou.
Novo leilão de espectro em 2025
O ministro adiantou que, em janeiro do próximo ano, o governo pretende realizar um novo leilão voltado à faixa de 700 MHz. A frequência, por possuir maior alcance e melhor penetração em áreas urbanas, deve aumentar a capilaridade da rede móvel.
Imagem: Educação
O certame englobará localidades com mais de 600 habitantes e exigirá das futuras concessionárias metas de cobertura alinhadas à política de inclusão digital. “A entrada de novas empresas ampliará a concorrência e, consequentemente, a oferta de serviços”, afirmou Siqueira Filho.
Segundo a pasta, o edital em preparação trará cláusulas de investimento obrigatório em infraestrutura, bem como prazos definidos para o início das operações. A iniciativa busca garantir que os compromissos de atendimento sejam cumpridos dentro do período especificado.
Educação e inclusão digital
Para o governo, o acesso à internet na escola representa ferramenta indispensável ao processo pedagógico. A expectativa é que plataformas de ensino, bibliotecas virtuais e recursos audiovisuais se tornem parte do cotidiano dos estudantes.
Autoridades educacionais citam estudos que associam conectividade a melhores resultados de aprendizagem, principalmente em disciplinas que dependem de pesquisa e experimentação online. A integração tecnológica também é vista como reforço à formação de professores, permitindo a realização de cursos e capacitações à distância.
Embora a meta esteja fixada para 2026, o Ministério das Comunicações avalia concluir parte significativa da rede antes do prazo oficial, priorizando estados com maior déficit de acesso. A estratégia inclui parcerias com governos locais e utilização de infraestrutura já existente de programas federais anteriores.
Próximos passos
Nas próximas semanas, técnicos da pasta devem apresentar um levantamento detalhado sobre o número de escolas ainda sem conexão estável. O diagnóstico servirá para definir rotas de fibra ótica e quantificar antenas satelitais necessárias para regiões onde a instalação terrestre não é viável.
A pasta também negocia com o Ministério da Fazenda mecanismos de financiamento que ampliem a participação da iniciativa privada. Entre as alternativas em estudo estão linhas de crédito subsidiado e incentivos fiscais para fornecedores de equipamentos.
Paralelamente, a Anatel monitora a execução das obrigações assumidas pelas operadoras nos leilões de 4G e 5G. Relatórios de acompanhamento são divulgados periodicamente e incluem indicadores de cobertura e qualidade de serviço.
Com a conjugação de programas públicos, investimentos privados e regulamentação, o governo sustenta que o objetivo de conectar todas as escolas até 2026 é viável. A expectativa é que a universalização contribua para reduzir desigualdades regionais e garantir condições mínimas de aprendizagem em todo o território nacional.





