Um princípio de incêndio num equipamento de apoio em terra levou à evacuação de um Airbus A320 da LATAM Airlines Brasil na noite de quinta-feira (4), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O incidente ocorreu durante o embarque do voo LA3418, que seguiria para Porto Alegre, e terminou sem registo de feridos.
Equipamento de esteira foi a origem do fogo
De acordo com nota divulgada pela companhia, as chamas começaram num veículo de esteira de bagagens operado por uma empresa terceirizada responsável pelo carregamento do porão. A fumaça, visível nas pistas e registrada em vídeos que circularam nas redes sociais, acionou imediatamente os protocolos de segurança do aeroporto.
Quando o incêndio foi percebido, o Airbus A320 ainda recebia passageiros. A tripulação interrompeu o processo de embarque e iniciou o procedimento de evacuação. Segundo relatos, os primeiros sinais para deixar o avião foram dados pelo sistema de áudio de bordo, seguido por instruções verbais dos comissários.
Evacuação combinou finger e escorregadeiras
Os passageiros foram retirados por duas rotas: a ponte de embarque (finger), ainda conectada à aeronave, e as escorregadeiras infláveis, implantadas nas saídas dianteiras. Funcionários de solo e a equipa de emergência do aeroporto auxiliaram a saída ordenada dos ocupantes.
O passageiro Lucas Lima contou que o voo estava lotado, incluindo casos de overbooking, e que a acomodação ainda acontecia no momento do alerta. “Veio o aviso para evacuar imediatamente; alguns passageiros tentaram puxar a bagagem, mas os comissários pediram para deixar tudo e sair”, relatou. Lima viajava com a esposa grávida; o casal conseguiu reencontrar-se do lado de fora, sem lesões.
Após a retirada completa dos ocupantes, as equipas de socorro do aeroporto controlaram o fogo e removeram o equipamento danificado. A pista e os finger adjacentes passaram por inspeção, e a área foi liberada pouco depois.
Realocação de passageiros e assistência
A LATAM informou que os clientes afetados foram transferidos para outro voo com destino a Porto Alegre. A empresa também ofereceu voucher de R$ 150 para alimentação no terminal durante a espera. “Os funcionários seguiram o treino padrão para ocorrências deste tipo, garantindo a segurança de todos a bordo”, destacou a companhia em comunicado.
Embora não tenha havido vítimas, o episódio provocou momentos de tensão entre os ocupantes. Internamente, alguns relataram ausência de fumaça ou odor no interior da cabine, o que gerou confusão inicial sobre o motivo da evacuação. A situação ficou clara quando as portas se abriram e a coluna de fumaça do lado de fora tornou-se visível.
Imagem: Internet
Protocolos de segurança e investigação
O Aeroporto de Guarulhos segue orientações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para emergências envolvendo aeronaves e equipamentos de solo. Sempre que um foco de fogo é identificado próximo a um avião, o procedimento padrão obriga a interrupção de qualquer operação de embarque ou desembarque, além da evacuação preventiva dos passageiros.
A empresa que operava a esteira de bagagens deve apresentar relatório preliminar sobre a falha que originou o incêndio. Técnicos avaliam se houve curto-circuito, superaquecimento ou falha de manutenção. As conclusões serão encaminhadas à autoridade aeroportuária e à Anac, que pode determinar ajustes de segurança ou aplicações de penalidades caso se verifique negligência.
Impacto nas operações do aeroporto
Apesar da visibilidade das chamas, o incidente não provocou cancelamentos em cadeia nem fechou pistas. Outros voos operaram normalmente, com eventuais atrasos pontuais durante a contenção do fogo e a remoção do equipamento. O terminal de passageiros permaneceu aberto, e o fluxo de pessoas nas salas de embarque não foi interrompido.
O Airbus A320 envolvido passou por inspeção estrutural após o incidente. Até o momento, não foram identificados danos na fuselagem, mas procedimentos complementares de manutenção serão realizados antes de a aeronave voltar a operar.
A LATAM reiterou que continua a cooperar com as investigações e que mantém treinamentos regulares de resposta a emergências para toda a sua equipa de bordo e de solo. A companhia enfatizou que nenhum passageiro ou colaborador precisou de atendimento médico, reforçando a eficácia dos protocolos adotados.






