Quatro em cada cinco brasileiros entre 14 e 29 anos consideram que o conhecimento em Inteligência Artificial (IA) aumenta as chances de inserção no mercado de trabalho. O resultado consta de levantamento realizado pelas consultorias Nexus e Demà com 2.016 entrevistados em todas as unidades da federação, entre 14 e 20 de julho. A pesquisa apresenta margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95 %.
Emprego: perceções sobre a influência da IA
Segundo o estudo, 80 % dos jovens entendem que saber utilizar ferramentas de IA é vantajoso na busca por uma vaga. Outros 11 % avaliam que a habilidade não interfere no processo seletivo, 3 % acreditam que pode ser prejudicial e 2 % não souberam opinar. Os dados indicam que o tema ganhou relevância para quem ingressa ou pretende ingressar no mercado formal, refletindo a disseminação de soluções baseadas em algoritmos em setores como serviços, indústria e tecnologia.
Impacto nas rotinas de aprendizagem
A relação com o estudo também foi examinada. Para 69 % dos participantes, as aplicações de IA favorecem o aprendizado, enquanto 24 % enxergam riscos de prejuízo e 7 % não têm opinião definida. Entre os motivos apontados pelos favoráveis, destacam-se a rapidez na obtenção de informações e a personalização de conteúdos. Já os que veem desvantagens citam possibilidades de respostas imprecisas e dependência excessiva de plataformas automatizadas.
Como os jovens utilizam a tecnologia
O levantamento detalha ainda as finalidades mais comuns atribuídas aos sistemas de IA:
• Pesquisa geral ou académica: 83 % recorrem à tecnologia para localizar informações.
• Apoio em tarefas escolares: 71 % usam para dever de casa, trabalhos ou preparação para provas.
• Tradução de textos: 70 % procuram versões em outros idiomas.
• Resumo ou correção de conteúdo: 67 % pedem sínteses ou ajustes ortográficos.
• Geração de ideias: 66 % solicitam sugestões criativas para projetos.
• Criação de imagens: 63 % experimentam ferramentas de design baseado em IA.
• Redação de novos textos: 62 % elaboram conteúdos originais com auxílio de algoritmos.
• Elaboração de apresentações ou relatórios: 52 % usam para estruturar materiais visuais ou escritos.
Imagem: Educação e Tecnologia
Perspetivas de continuidade
Para a direção da Demà, a frequência de uso indica que a IA se tornou parte da rotina de pelo menos metade dos entrevistados, sobretudo em tarefas ligadas à produtividade e ao estudo. A empresa destaca que a tendência é de expansão, à medida que novas soluções aparecem e se tornam mais acessíveis a estudantes e profissionais em início de carreira.
Os resultados do inquérito reforçam a percepção de que habilidades digitais, especialmente as relacionadas à IA, estão a ganhar peso como diferencial competitivo. A adoção da tecnologia em contextos académicos e profissionais sugere mudanças no perfil de competências demandadas pelo mercado, incentivando instituições de ensino e empresas a oferecer formação específica sobre o tema.





