São Paulo garantiu o título da edição 2025 das Paralimpíadas Escolares, consolidando-se como principal potência do desporto escolar para pessoas com deficiência no país. Com 725 pontos, a delegação paulista superou Minas Gerais, que somou 336 pontos, e Santa Catarina, que fechou o pódio com 330 pontos.
Evento reúne jovens de todo o país
A competição, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), é considerada o maior encontro mundial de estudantes com deficiência em idade escolar. Em 2025, o torneio recebeu 316 atletas vindos dos 26 estados e do Distrito Federal. A estrutura adotada pelo CPB dividiu as provas em duas etapas, ambas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
Na primeira fase, entre 17 e 21 de novembro, os participantes disputaram atletismo, tênis em cadeira de rodas, halterofilismo, futebol de cegos, basquete em cadeira de rodas 3×3, goalball, taekwondo e rúgbi em cadeira de rodas. A segunda etapa, de 26 a 28 de novembro, concentrou as provas de natação, vôlei sentado, futebol PC (paralisados cerebrais), judô, badminton, tênis de mesa e bocha.
Ao final das duas semanas de atividades, a delegação paulista confirmou a hegemonia que mantém desde a primeira edição das Paralimpíadas Escolares, em 2006. O estado já havia conquistado as edições de 2006, 2009, 2011, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2021, 2022, 2023 e 2024, somando agora 13 títulos em 15 anos de disputa.
Gestão do CPB destaca importância do projeto
O presidente do CPB, José Antônio Freire, que assumiu o comando da entidade em 2025, classificou a realização desta edição como “momento especial” para a modalidade escolar. Segundo Freire, o torneio funciona como porta de entrada para o alto rendimento, oferecendo estrutura técnica, acompanhamento médico e suporte psicológico aos atletas em formação.
Para o dirigente, promover oportunidades em ambiente competitivo contribui para o desenvolvimento atlético e social dos estudantes. Freire também ressaltou que, além de revelar talentos para seleções adultas, o evento incentiva estados e municípios a investir em programas de iniciação desportiva adaptada.
Pontuação reforça vantagem de São Paulo
O resultado final da tabela de classificação confirmou ampla margem paulista sobre os demais concorrentes. Ao alcançar 725 pontos, São Paulo obteve mais que o dobro da pontuação de Minas Gerais, vice-campeã com 336 pontos. Santa Catarina, em terceiro, fechou apenas seis pontos atrás dos mineiros, com 330.
A metodologia de pontuação considera desempenho por medalhas e participação em modalidades coletivas e individuais. Cada estado inscreve atletas em diversas categorias de deficiência, de modo a aumentar as chances de pontuar em diferentes provas.
Modalidades reforçam diversidade esportiva
As Paralimpíadas Escolares contemplam 16 modalidades, parte delas já presentes no programa oficial dos Jogos Paralímpicos. Entre os destaques individuais, o atletismo e a natação concentraram maior número de inscritos. No campo coletivo, goalball, futebol de cegos e basquete em cadeira de rodas atraíram grande público ao Centro de Treinamento.
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Durante o torneio, profissionais de classificação funcional avaliariam cada atleta para enquadrá-los em categorias que asseguram equilíbrio competitivo. Esse processo garante que participantes com diferentes níveis de limitação disputem em condições equitativas.
Impacto regional e projeção futura
O domínio paulista reflete investimentos mantidos por escolas, clubes e centros de reabilitação. A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Federação Paulista de Desporto Adaptado colaboram na identificação de novos talentos, oferecendo bolsas de iniciação e transporte para treinos.
Nos próximos anos, o CPB planeia ampliar o alcance do evento com a inclusão de fases regionais classificatórias. A proposta busca reduzir custos de viagem para delegações em estados mais afastados da região Sudeste e aumentar a exposição da modalidade em todas as regiões do país.
Além disso, a entidade estuda parcerias com secretarias de educação para implementar programas de capacitação de professores de educação física, focados em técnicas adaptadas. O objetivo é que cada escola pública disponha de, pelo menos, um profissional habilitado a inserir estudantes com deficiência em atividades regulares e equipes formadas para competições locais.
Legado de inclusão e alto rendimento
Ao encerrar a edição 2025, o CPB reforçou que as Paralimpíadas Escolares cumprem papel duplo: oferecer vivência desportiva significativa a adolescentes com deficiência e alimentar a base de seleções nacionais. Atletas revelados neste ambiente já representam o Brasil em competições continentais e mundiais, corroborando a importância estratégica do projeto.
Com mais um título, São Paulo mantém a liderança histórica e serve de referência a outros estados na implementação de programas estruturados de desporto escolar adaptado. A próxima edição já está confirmada para novembro de 2026, novamente no Centro de Treinamento Paralímpico, com expectativa de aumento no número de participantes e de representações estaduais.
