A noite desta quinta-feira, 4 de dezembro, reserva um fenómeno astronómico que encerrará o calendário de 2025 com destaque: a última superlua do ano. Conhecida como Lua Fria no hemisfério Norte, a ocorrência coincide com o perigeu e oferece ao público um disco lunar maior e mais luminoso do que o habitual.
O que torna esta Lua Cheia especial
A designação “Lua Fria” foi popularizada por povos indígenas norte-americanos para assinalar a transição do outono para o inverno, período marcado pela queda das temperaturas. Apesar da origem histórica do nome, o fenómeno pode ser observado em qualquer região onde o céu esteja limpo, possibilitando uma experiência semelhante em ambos os hemisférios.
A superlua acontece quando a fase de Lua Cheia coincide com o ponto mais próximo da órbita elíptica em relação à Terra, conhecido como perigeu. De acordo com dados citados pelo site Science Alert, o satélite estará a cerca de 357.219 quilómetros do planeta durante o alinhamento. A distância reduzida provoca um aumento aparente de aproximadamente 8% no tamanho observado a partir da superfície terrestre e eleva o brilho em cerca de 16%, quando comparado a uma Lua Cheia comum.
Embora a diferença possa parecer discreta em números, o impacto visual costuma ser suficiente para que mesmo observadores ocasionais percebam uma luminosidade intensa e um contorno mais definido na paisagem noturna. Fotógrafos e astrónomos amadores aproveitam a oportunidade para captar imagens que raramente são possíveis noutras fases do ano.
Como aproveitar a observação
Não são necessários instrumentos específicos para apreciar a superlua. Bastam um horizonte desimpedido e condições meteorológicas favoráveis. Especialistas recomendam iniciar a observação pouco depois do pôr do sol, momento em que o disco lunar surge próximo à linha do horizonte. Nesse período, a combinação entre o efeito de ampliação atmosférica e a proximidade aparente faz a Lua parecer ainda maior.
Telescópios e binóculos podem enriquecer a experiência ao revelar detalhes como mares lunares e crateras, mas não são indispensáveis. Em áreas urbanas, procurar locais altos ou afastados de iluminação intensa ajuda a reduzir a poluição luminosa e melhora a visibilidade. Já em zonas rurais, basta escolher um ponto aberto e aguardar a elevação da Lua no céu.
Imagem: Internet
A próxima superlua ocorrerá apenas em 2026, o que reforça o carácter único do fenómeno para quem procura actividades ao ar livre ou oportunidades fotográficas antes do fim do ano. A previsão de céu limpo em várias regiões brasileiras aumenta a probabilidade de observação bem-sucedida, embora seja aconselhável consultar previsões meteorológicas locais para confirmar a visibilidade.
Impacto cultural e científico
Além do fascínio popular, superluas oferecem condições propícias para estudos científicos. A redução da distância física facilita medições de reflectividade da superfície e avaliação de pequenas variações orbitais. Instituições académicas costumam realizar campanhas de observação colectiva para comparar dados obtidos em diferentes latitudes.
No domínio cultural, eventos como a Lua Fria influenciam tradições, calendários e até hábitos agrícolas em diversas sociedades. A associação entre fases lunares e mudanças climáticas, embora nem sempre amparada por evidência científica, permanece enraizada no imaginário popular. A superlua de dezembro encerra, portanto, não só o ciclo astronómico de 2025, mas também um conjunto de crenças e práticas que atravessam gerações.
Quem pretender acompanhar o fenómeno deverá dirigir o olhar para leste logo após o pôr do sol desta quinta-feira. Com ou sem equipamento óptico, a última superlua do ano promete um brilho reforçado, facilmente perceptível a olho nu, e oferece a oportunidade de terminar 2025 contemplando um dos mais antigos e universais espectáculos naturais.





