O TikTok oficializou a construção do seu primeiro data center na América Latina, que será erguido no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará. O projecto prevê investimentos superiores a R$ 200 bilhões ao longo dos próximos anos e deverá iniciar operações em 2027, criando milhares de postos de trabalho e adoptando soluções baseadas em energia renovável.
Estrutura do investimento e responsabilidades
De acordo com a plataforma de vídeos curtos, o montante anunciado cobre diferentes fases do empreendimento. Até 2035 estão reservados R$ 108 bilhões para aquisição de equipamentos de alta tecnologia. O valor remanescente será aplicado em expansões e actualizações planeadas para a década seguinte.
A Omnia, operadora de data centers pertencente ao grupo Pátria Investimentos, ficará encarregada da construção e operação da instalação. Já o TikTok assumirá os aportes financeiros e a implementação dos racks e demais componentes necessários ao processamento dos dados.
A escolha do Pecém foi fundamentada em quatro factores: disponibilidade de energia limpa, elevada conectividade de fibra óptica, logística portuária eficiente e incentivos fiscais competitivos. Segundo a empresa, esse conjunto de condições coloca o projecto em nível semelhante ao de grandes infra-estruturas internacionais do sector.
Energia 100 % renovável e uso racional de recursos
Todo o suprimento eléctrico do novo data center virá de parques eólicos dedicados, construídos e operados pela Casa dos Ventos. Esse modelo de fornecimento independente evita impacto sobre a rede local e garante previsibilidade na pegada de carbono, alinhando-se às metas de sustentabilidade do TikTok.
Para refrigeração, a unidade adoptará um circuito fechado de reúso de água, reduzindo drasticamente o consumo hídrico. A companhia também confirmou o emprego de equipamentos de alta eficiência energética, estratégia que tende a diminuir custos operacionais e emissões associadas.
Imagem: Tecnologia e Inovação
Cronograma e impacto socioeconómico
A primeira fase do projecto está programada para começar em 2025, com potência instalada de 300 MW e capacidade de processamento de 200 MW. Essa etapa exigirá um investimento inicial de cerca de R$ 50 bilhões e deverá gerar mais de 4 000 empregos durante as fases de construção e operação, segundo estimativas das autoridades locais.
O empreendimento já obteve autorizações essenciais, incluindo a licença que permite a exportação de dados para outros mercados. A aprovação antecipada desses requisitos regulatórios foi apontada pela empresa como factor determinante para conduzir o calendário anunciado.
Posicionamento da empresa
Mónica Guise, directora de Políticas Públicas do TikTok no Brasil, classificou o data center como “passo decisivo” para ampliar a presença da plataforma no ecossistema digital do país. Ela destacou que o projecto combina inovação tecnológica, impacto económico e compromisso ambiental — elementos que, segundo a executiva, reforçam a confiança de utilizadores e instituições.
Com a iniciativa, o Ceará passa a integrar o mapa global dos grandes investimentos em infraestrutura digital, enquanto o TikTok fortalece a estratégia de aproximar-se dos mercados emergentes com instalações locais de processamento de dados.





